Ontem fugimos à rotina da sala de aula, da cabeça enfiada nos livros e da limitação que as paredes da sala, por vezes, impõem e fomos até à Fábrica das Palavras. Deixamos também de lado a Matemática e o Património (tema do nosso projeto) e fomos comemorar o Dia Mundial do Teatro, de uma forma muito especial, com a ajuda preciosa do Armando Pinho: um dos grandes donos desta grande fábrica.
Logo pela manhã a fábrica estava pronta para receber os alunos.
Mas antes de entrarem na fábrica os alunos fizeram alguns exercícios introdutórios, aos quais aderiram muito bem. Depois foi explicado o funcionamento da fábrica, setor a setor.
Sempre acompanhados pelos conteúdos da Língua Portuguesa, iniciamos os trabalhos na fábrica e podem crer que passamos o dia a laborar! Os operários muito trabalharam, passando por várias fases. A linha de montagem desta fábrica contou com imensos conteúdos: consciência fonológica, ortografia, classificação silábica, classificação morfológica, onomatopeias, produção escrita, leitura (re)criativa... tudo realizado com muita imaginação e, sem dúvida, muito envolvimento.
Depois de fabricadas e arrumadas as palavras pelas suas classes gramaticais, tornava-se imperativo "vendê-las". Para isso, os operários deixaram os seus postos de trabalho e passaram a criadores. Com muita inspiração e trabalho de equipa, dramatizaram a leitura de alguns poemas que, de forma única, apresentaram aos colegas. Estou certa de que muitas delas seriam um verdadeiro sucesso de vendas!
Esta aula performativa terminou com a dramatização do poema "Limpa Palavras" do escritor Álvaro de Magalhães, realizada pelo grande parceiro desta enorme atividade - o Armando Pinho. Com muita pena, tinha chegado a hora de fechar a fábrica e fazer as limpezas...
A aula acabou numa euforia total, pois a dinâmica criada não deixou ninguém indiferente. Só visto e vivido, mesmo!
E assim se passou um dia diferente, a trabalhar conteúdos programáticos e competências interpessoais de forma tão divertida e envolvente.
"No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.
A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se..."
Excerto do poema "Limpa Palavras"
Ensinar com e pela arte? Para mim ficou claríssima a resposta. :-D
E, para quem perceber, só me apetece dizer:
E, para quem perceber, só me apetece dizer: